A linguagem é um dos alçapões mais fundos da presença pública da igreja. É também nela que se materializa a ortodoxia fechada à mudança. E, por isso, os guardiões da ortodoxia são zelosos guardiões da linguagem dogmática e unicitária. No oriente como em África, e sempre que a especificidade das construções culturais o exige, a cúria romana recusa, por princípio, adaptar a linguagem do cerimonial litúrgico e dar-lhe especificidade. A recuperação do Latim não é uma questão estética, mas uma expressão de poder. Mais romana que católica, a cúria. E muito, mas mesmo muito pouco apostólica.