Tuesday, December 02, 2003

Os tempos est�o muito turbulentos na universidade portuguesa. Quem pense que a quest�o se esgota no pagamento ou n�o de propinas est� redondamente enganado. O mal-estar � muito fundo e radica, em �ltima an�lise, na falta de um horizonte de confian�a e de est�mulo para quem entrega a sua vida a formar-se ou a formar gera��es sucessivas. Quando, no dia-a-dia, os crit�rios de felicidade dominantes deixaram de exigir trabalho e esfor�o, para qu� estudar, para qu� ensinar, para qu� investigar? Quando, no dia-a-dia, � maior o reconhecimento social para quem ludibria a lei ou foge aos impostos do que para quem luta pelos seus direitos de cidadania, para qu� estudar, para qu� ensinar, para qu� investigar? A crise funda da universidade �, mais que tudo, um sinal de crise funda da sociedade portuguesa. Que palavra t�m os crist�os para quem est� no cora��o desta crise? De esperan�a fundada ou de condena��o �cida?