Esta religião é surpreendente. Festeja os seus santos num dia para, logo no dia seguinte, recordar com tristeza os defuntos. À exaltação da vida faz seguir a memória da morte. Mas é assim que está certo. Porque o cristianismo nem cultiva a nostalgia dos que já partiram nem faz a apologia de uma vida que se esgota em si mesma. A festa da vida plena e o acolhimento da morte como exigência de humildade são dois rostos do cristianismo. Ou não fosse ele um chamamento permanente à transformação da morte humilhante na cruz em vida sempre renovada.
palombella rossa
Salpicos de vida
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