Abro a televisão, abro o jornal, ligo a rádio e sou brutalmente confrontado com supostos desabafos que alguém terá tido em telefonemas com amigos. E, de seguida, vêm os comentadores encartados fazer análise política sobre a devassa da privacidade alheia. Entretanto, há uma constituição europeia para discutir, há pontes pedonais que caem em estradas hiper-movimentadas, há planos de despedimento anunciados para 2000 trabalhadores numa só empresa. Vejo tudo isto, e vejo também muitos cristãos sequiosos de sangue e de cuscuvilhice. E tudo isso me faz sentir, com dor, a nossa persistente condição de pecadores.
palombella rossa
Salpicos de vida
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