Na rádio, na televisão, nos jornais, abundam as colaborações especializadas de psicólogos. Vêm falar-nos de afectos espezinhados, de auto-estima mal tratada, de receitas e de segredos para o bem-estar íntimo de cada um. Isto tudo faz-me pensar. Lembro-me que, há não muitos anos, os segredos da felicidade eram dados por analistas políticos, por economistas ou por homens de leis. O excesso de confiança na transformação das estruturas deu lugar ao excesso de investimento na conservação das capacidades individuais. Ao heroísmo das grandes massas sucedeu a reserva da solidão. Em ambos os registos se sente a mesma frustração de ver a verdadeira felicidade fugir por entre os dedos. Nem tutores dos povos nem engenheiros do ego a conseguem revelar.
palombella rossa
Salpicos de vida
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