esperar, como?
Este é sem dúvida um tempo de expectativas regressivas. Quer dizer, quando olhamos para além do que está, para o futuro, aparecem-nos invariavelmente horizontes mais e mais sombrios. O futuro deixou de ser o lugar de projecção da esperança e passou a ser o foco de antecipação das nossas ansiedades. Alguns dirão que é pessimismo ou mesmo má vontade. Mas se o ambiente não pára de se degradar, se o emprego se precariza, se a segurança social se esfuma, não é o pessimismo que nos leva a temer o futuro. Ter esperança não é negar a realidade com base num optimismo pateta. Ter esperança é confiar que somos capazes de nos mudar e de mudar, nessa mudança, tudo o que pinta o futuro com as cores frias do mal.
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