o cúmplice objectivo
“A paz e o Direito Internacional estão intimamente ligados entre si: o direito favorece a paz”. Nestes tempos em que a guerra mais crua aparece disfarçada por expressões como “operação de estabilização da ordem” ou “restabelecimento da normalidade”, estas palavras de João Paulo II, proclamadas hoje, dia mundial da paz, soam a provocação. E são-no. Assumidamente. O Papa não quer menos que um direito universal da paz e uma substituição do direito da força pela aceitação da força do direito. E vai mais longe ainda: defende que “a luta contra o terrorismo não pode exaurir-se meramente em operações repressivas e punitivas” e que “é essencial que o recurso necessário à força seja acompanhado por uma análise corajosa e lúcida das motivações subjacentes aos ataques terroristas”. O ano começa sob o signo do desafio radical para os cristãos: rejeitarem a solução precária da ordem armada e abraçarem o combate político e pedagógico. Este Papa deixa os cristãos em maus lençóis. Abençoado seja por isso.
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