Friday, December 05, 2003

Contemplo o mar, horas a fio, e não me canso. Esmaga-me a sua força, inebria-me o seu movimento perpétuo, questiona-me a sua imensidão. Mas sobretudo interpela-me a indivisibilidade do mar. Talvez mais do que em terra, a existência de fronteiras revela-se em todo o seu absurdo no mar. Não pode haver muros no mar. Os cristãos, que anunciam o princípio fundamental do destino universal dos bens, têm no mar a prova maior de que, realmente, tudo deve ser de todos.