confiar na morte
Juan Masiá tem que ser ouvido e lido no debate sobre a morte digna. Com serenidade sábia, mostra a diferença entre o pedido de ajuda na morte e o pedido de ajuda para a morte. E equaciona ambos com base no único princípio adequado: o da dignidade e autonomia da pessoa paciente. Autonomia não é auto-suficiência, escreve. O seu complemento inseparável é a confiança. Podia ser assim:
" Peço respeito pela minha dignidade e autonomia, assim como pelas minhas convicções éticas e espirituais. Por isso peço e espero que quem me assista me ajude a manter até ao fim uma tripla confiança: a) confiança e que os meus cuidadores, em cujas mãos me entrego, me proporcionem os cuidados apropriados, nem exagerados nem insuficientes, incluindo a sedação necessária; b) confiança em que as pessoas mais próximas me acompanhem humana e espiritualmente; c) confiança no mistério último que dá sentido à vida, em cujas mãos encomendo o meu espírito na viagem de regresso à Vida da vida."