negros são os campos
Dói-nos saber dos campos de concentração do passado. Mas passamos bem com os campos de refugiados do presente. Não são campos, são cidades enxameadas de multidões de gente sem outro horizonte senão o da sobrevivência diária. Não são sítios de passagem provisória: em alguns, sucedem-se as gerações que ali nasceram e sempre ali viveram. São buracos negros da dignidade e da decência. Os muros que os cercam são tanto os físicos como os da indiferença. E são sobretudo estes que eternizam esses lugares do nosso pecado global.
<< Home