a cidade invisível (ii)
O mundo dos pobres, sem abrigo e sem horizontes, é um mundo cru e diferente dos das nossas casas quentes. É um mundo de pequeníssimos passos, em que um banho, uma sopa, uma palavra ou uma decisão banal são tesouros de valor incalculável. É um mundo em que as memórias que contam são as da sobrevivência mais cruel. É um mundo em que o afecto é uma carta fora do baralho. Insistimos em olhar esse mundo com os olhos formatados pela nossa normalidade segura e confortável. E só conseguimos ver pessoas estranhas com práticas estranhas. Quem é mais pobre afinal?
<< Home