em tempo real
Se fosse hoje, a sua cobertura em directo teria sido disputada pelas televisões. Os comentadores encartados viriam demonstrar como era realmente imprescindível abatê-lo, num quadro de luta contra a subversão. Os senhores da lei viram tranquilizar-nos dizendo que todos os trâmites processuais haviam sido cumpridos, incluindo até uma pergunta ao povo. Pelo meio, chegar-nos-iam imagens arrepiantes do condenado e, logo ali, haveria de ser entrevistado um empresário supostamente interessado em apoiar um programa de erradicação do fundamentalismo alimentador de mentes perversas. Por volta das três da tarde terminariam os directos. O povo voltaria às telenovelas do costume. E ninguém teria compreendido nem um bocadinho da importância transcendente daquelas últimas horas.
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