a branca desesperança
Os sintomas de desgaste da política são muitos. A sugestão do voto em branco em massa como suposta expressão de revolta é apenas mais um. Olhemo-lo a sério e não como devaneio de ficção. E a sério a sério é, mais do que crítica, uma confissão de desesperança. E também de preocupante distracção. Porque só quem anda desatento de tantas expressões de empenhamento e de serviço desinteressado dos outros pode desistir assim de acreditar que a mudança é possível. A este pessimismo derrotista, que confunde insuficiências da democracia com total ausência de alternativas, só cabe opor um tipo de optimismo: aquele que brota da certeza de que o impossível acontece e de que nenhum obstáculo, nem mesmo a morte, é definitivo.
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