a ponte dos deveres
Inventámos uma cultura de direitos em que não cabe uma cultura de responsabilidades. Sermos autónomos, crescidos e emancipados exprime-se em termos “direito a”. É uma cultura cívica pobre, feita sobretudo de oposição a alguns poderes, mas sem sentido de comunidade. Foi a fragilidade desta construção que ruiu na sentença sobre a ponte de Entre-os-Rios. A responsabilidade é o pilar fraco das nossas relações sociais. Desgraçadamente, à custa do choro dos vivos, é a memória da morte que nos convoca, uma vez mais, à reinvenção de formas mais avançadas de civilidade. Em que os deveres sejam emancipadores e não opressores.
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