Monday, May 01, 2006

primeiro de maio

Numa sociedade que promete a felicidade por toques de mágica ou como prémio à esperteza de quem foge às responsabilidades sociais, o trabalho perdeu valor de referência. Numa cultura que enaltece a competitividade e desvaloriza a solidariedade, o trabalho deixou de ser um campo de afirmação de direitos e passou a ser uma performance guiada pela vertigem da optimização. Neste dia do trabalhador, as memórias de lutas antigas e de dignidades espezinhadas regressam, esfumadas no tempo. Elas trazem de volta à nossa consciência colectiva essa ligação íntima entre o trabalho e a criação do mundo. É uma consciência incómoda para os nossos tempos.