ex machina
Há um lindo poema de Rilke que diz: “Dá, oh Senhor, a cada um a sua própria morte”. Vinte anos depois da catástrofe de Chernobyl, a prece de Rilke traz-nos à memória a massa dos que padeceram subitamente e dos muitos mais que foram degenerando sem controlo. O desastre nuclear foi também um aviso para os nossos limites, contra o sonho de uma tecnologia perfeita e sem mácula. Em tempos de grande ansiedade, diante da alta dos preços do petróleo e das ameaças terroristas, o messianismo tecnológico ganha adeptos. É neste tempo que a coragem de pôr a criação – humanidade e natureza – no centro de todas as políticas se torna mais necessária.
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