novos pecados
Conta Eduardo Galeano que o velho pobre da aldeia usava sempre a mesma roupa, fosse Inverno ou Verão. E que, diante disso, a gente à sua volta costumava comentar: “é um valente, nunca tem frio!”. E Galeano remata: “Frio tinha, não tinha era um agasalho”. Deixámos que a injustiça e a pobreza penetrassem de tal forma no nosso quotidiano que já não as sabemos reconhecer. Talvez fosse acertado considerar a distracção grave como pecado. Ou talvez nem seja necessário. Porque é de desamor que se trata.
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