vida súbita
As notícias brutais, com rosto concreto (o nosso próprio, o de um familiar ou de um amigo), fazem parar a nossa história. Invariavelmente, reagimos a elas com indignação: isto não podia acontecer – os resultados assustadores do nosso último exame clínico, o acidente grave do colega, a morte do filho mais novo do vizinho, o desemprego inesperado da sobrinha. O fluir da vida, certinha, sem sobressaltos, planificada nas páginas das agendas, leva-nos, a pairar, de um dia para o outro. E, de repente, há como que um violento trambolhão que nos magoa. Não suportamos ser despertados para a fragilidade da nossa condição. Revoltados, chamamos a isso injustiça. Mas, lá no fundo, não é senão humanidade.
<< Home