forças de bloqueio
Com três anos de atraso, veio o pedido de desculpas. Que a vida tinha sido madrasta, que a vertigem do fácil e do bonito tinham imposto a tirania do “tudo e já”. Que a lei impiedosa do reconhecimento social e do prestígio tinham pesado mais do que a paciência de construir, pouco a pouco, um modo denso de ser. Valeu mais o cintilante postiço do momento do que a autenticidade exigente. Três anos depois do silêncio veio, com dor e com coragem, a confissão de tudo isto e o pedido de perdão. Corre hoje um fio de ar fresco na janela do futuro.
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