a vida lá fora
A frase soou estranha. Mas o que aquele miúdo disse na entrevista foi mesmo “passo o dia fechado na rua”. Não foi engano nem piada. Foi angústia. Nas televisões, nas escolas e nas igrejas continua a fazer-se o discurso da família unida, da disponibilidade e atenção entre as pessoas, do emprego das nove às cinco, da casa acolhedora. Mas para aquele miúdo, até os dragões ou os monstros alados são muito mais autênticos que esses ideais de fantasia harmoniosa. De que testemunho de verdade precisam aqueles, tantos, que passam os dias fechados na rua?
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