Wednesday, March 16, 2005

túmulos

Para o melhor e para o pior, volta a atravessar-se no nosso caminho a tese de que o corpo é um limite para o espírito. Um túmulo mesmo, quando fica paralizado, quando se deteriora ou quando deixa de dar prazer. Atirar os velhos e os doentes para longe da nossa vista é o modo que as nossas sociedades encontraram para exprimir subserviência para com o dogma da funcionalidade. Insistir em trazer os corpos que não seduzem para o centro da atenção colectiva é o modo que alguns encontram para, ao invés, assinalar a doença e a fragilidade física como os novos territórios da luta pela dignidade e pelos direitos humanos. Um desafio à reflexão crítica dos cristãos, portanto.