na gaveta
Arrumar a vida antes de ir para férias – essa é uma espécie de mandamento da vida comum. Despachar mil e um assuntos em depósito na secretária, fazer agora os telefonemas que foram esperando meses, planear com minúcia o que fomos deixando à espera de inspiração. É como fechar uma gaveta que acabámos de arrumar. Com a ilusão de que, desta vez, é de vez. Não, a vida não fica disciplinadamente à espera do regresso. Ela salta já a seguir da gaveta. A desafiar-nos sem fim.
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