as time goes by...
Um gesto de perdão não é o mesmo que uma opção pelo esquecimento. O mais fácil é deixar que o tempo passe pelas indignidades e pelo mal, na expectativa de que ele se encarregue de os apagar da nossa memória. Perdão é outra coisa. É regressar a esse mal, trazer à tona essa indignidade na sua plenitude, pôr no centro o sofrimento que isso já provocou e, contra todas as recomendações da normalidade, querer religar o que ficou quebrado, querer reconstruir as relações que ficaram envenenadas, querer devolver ao que foi brutalizado horizontes de futuro apetecíveis. Esquecer é um comodismo. Perdoar é um acto de grande coragem.
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