redução de danos
Como uma vergastada injusta. Foi a isso que souberam as palavras duras de Mateus: “Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la”. Anda por aí uma data de gente sem saber a que referências se agarrar, ao sabor dos ventos da sedução, do misticismo ou da riqueza sem esforço. Gente de vida perdida e que precisa urgentemente de se encontrar, de ter um sentido, gente que merece muito mais do que navegar à vista no mar tumultuoso dos problemas de cada dia. Tivesse Mateus experimentado a pequena vitória de resistir ao chamamento de mais uma dose de heroína, tivesse ele saboreado o triunfo da pequena reconciliação familiar e certamente não teria sentenciado que “quem encontrar a sua vida há-de perdê-la”. Para tanta desumanidade aparente só há uma desculpa: a de o próprio Mateus ter, com coragem, apontado a conversão radical como alternativa verdadeira: “quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la”. Mas nunca se cometa a crueldade de estabelecer: “ou isto, ou nada”.
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